pô minha gentem
já num tá bem claro
mais que claro

é tudo inventado
mundo só existe um que eu saiba
e macacos cósmicos me mordam se eu estiver certo -caramba que tenebroso estou mesmo certo!

pego os grãos pedregosos do tenebroso e vou raspando que raspando contra a mesa
que é pra fazer dos grãos farinha
primeiro grossa
aos poucos
fina

depois eu pego essa fina farinha dos pedregosos grãos do tenebroso
taco no coador
jogo em cima uma água de diamantes liquefeitos quase em ponto de fervura
e voi lá!

sirva-se
é o elixir da alegria

mundo que eu saiba só há esse
e é nisso que eu vou botar fé
e outro que haja se houver
se chego lá ainda chego à pé

eu amo esse mundo
amo ele encabrestado
estribado nos banqueiros e antepassados sumérios
amo esse mundo de bafo azedo e doces lições

amo esse mundo que tão poucos compreendem
tão poucos sentem

de tudo reclamam
pois não têm tempo de se indagar
o porquê do trânsito ali travar com miríades de ondas de gafanhotos sobre quatro rodas
ninguém senão o paradoxo do ninguém estanca o passo pra ver que no fundo
no fundo o trânsito parado é fato consumado entre milhões de almas

milhões de almas zanzando dia depois de dia
num raio de terras que qualquer bom ultramaratonista percorre treze vezes num dia
haviam de causar transtorno umas às outras dentre os piscaluzires dos semáforos inocentes

mas no fundo
a toupeira dadaísta enche os pulmões
no fundo são tudo sentimentos e emoções humanas movendo cada repimboca de parafuseta avante

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